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Tarifaço e seus desdobramentos atuais

POR Roberta Marchioti, 23 JUN, 2025
23 JUN

Estamos acompanhando atualmente, o termo "tarifaço" que se refere à recente escalada e subsequente trégua nas tarifas comerciais entre os Estados Unidos e a China. Em abril de 2025, os EUA aumentaram as tarifas sobre produtos chineses para 145%, enquanto a China retaliou elevando suas tarifas sobre produtos americanos para 125%.

No entanto, na primeira quinzena de maio de 2025, ambos os países concordaram em uma trégua de 90 dias para reduzir essas tarifas e aliviar as tensões comerciais. Durante esse período, os EUA reduzirão suas tarifas sobre produtos chineses de 145% para 30%, e a China diminuirá suas tarifas sobre produtos americanos de 125% para 10%.

Além disso, os EUA decidiram reduzir as taxas sobre pequenos pacotes provenientes da China de 120% para 54%, medida que beneficia plataformas de comércio eletrônico como Shein e AliExpress.

Essa trégua visa estabelecer um diálogo contínuo e evitar a reativação do conflito comercial. No entanto, se não houver novos consensos ao final dos 90 dias, as tarifas poderão retornar aos níveis anteriores.

A atual escalada tarifária entre Estados Unidos e China, intensificada em março de 2025, está impactando significativamente o comércio global de grãos, especialmente soja e milho.

Os grandes impactos nos EUA é que a China impôs tarifas adicionais de 10% sobre a soja e 15% sobre o milho dos EUA, além de suspender licenças de importação de três empresas norte-americanas. Essas medidas reduziram a competitividade dos grãos americanos no mercado chinês, pressionando os preços na Bolsa de Chicago. Analistas do Rabobank alertam que os preços da soja nos EUA podem cair abaixo de US$ 9 por bushel, abaixo do custo de produção para muitos agricultores.

Já os benefícios para o Brasil é que o maior exportador mundial de soja, está se beneficiando dessa situação. Com a China buscando alternativas aos grãos americanos, a demanda por soja e milho brasileiros aumentou. Consultorias como a Cogo Inteligência em Agronegócio destacam que essa mudança pode fortalecer os prêmios pagos aos produtores brasileiros, elevando os preços internos.

Além disso, o Brasil também está se beneficiando no mercado de algodão. Com as tarifas chinesas sobre o algodão dos EUA, o produto brasileiro ganha competitividade, especialmente na Ásia. No entanto, há preocupações sobre possíveis impactos negativos, como a redução da demanda chinesa por algodão importado e a queda nas cotações internacionais.

As perspectivas são muitas, embora uma trégua de 90 dias tenha sido acordada entre EUA e China, com reduções temporárias nas tarifas, o cenário permanece incerto. A continuidade das tensões comerciais pode consolidar o Brasil como fornecedor preferencial de grãos para a China, mas também traz riscos de volatilidade nos preços e nas relações comerciais globais.

Em resumo, o "tarifaço" entre EUA e China está redesenhando o comércio global de grãos, com o Brasil emergindo como um dos principais beneficiários no curto prazo.

Então, você cooperado, esteja atento nos preços das commodities e nos procure para fechar grandes negócios.