SOJA – Recordes, recuperação e desafios globais
Cenário global
- A produção mundial de soja segue em expansão: a estimativa para 2025/26 é de 427,7 milhões de toneladas, o maior volume da história, com estoques finais globais também em patamar recorde.
- Apesar disso, a relação estoque/consumo deve recuar ligeiramente para 29,7%, sinalizando aumento da demanda, puxada pelo processamento industrial e pelo setor de biocombustíveis.
Estados Unidos
- Mesmo com redução de área plantada (-4,1%), a produtividade maior deve manter a produção praticamente estável, próxima a 118 milhões de toneladas.
- As condições de clima e umidade têm sido favoráveis. Porém, as vendas da nova safra seguem lentas devido às tensões comerciais e aos preços relativamente baixos.
Brasil: liderança consolidada
- O Brasil deve quebrar mais um recorde de produção em 2025/26, atingindo 182,9 milhões de toneladas, um avanço de 5% em relação ao ciclo anterior.
- A área plantada terá seu 19º aumento anual consecutivo, chegando a 49,1 milhões de hectares (+2%).
- A produtividade nacional média pode alcançar 3.722 kg/ha, puxada pela recuperação expressiva no Rio Grande do Sul (+50% YoY).
Exportações e mercado
- As exportações brasileiras devem atingir 112 milhões de toneladas em 2024/25 (+15% YoY) e podem chegar a 118 mi t em 2025/26.
- Os prêmios de exportação seguem positivos, mesmo durante a colheita, e o dólar se mantém em patamar favorável à exportação (R$ 5,51 em média em julho).
- A China absorveu 85% dos embarques brasileiros entre fevereiro e junho, reforçando sua dependência do produto nacional.
- A comercialização da safra 2024/25 chegou a 74,3% em julho, o que representa mais de 128 milhões de toneladas já vendidas — recorde absoluto.
MILHO – Pressão de oferta, queda de preços e incertezas para a próxima safra
Clima e colheita
- Julho foi seco na maior parte do Brasil, favorecendo a colheita do milho safrinha, que chegou a 56,4% da área colhida no Centro-Sul até o fim do mês.
- Embora inferior ao ritmo de 2024, o avanço da colheita tem sido eficiente, com poucas interrupções climáticas relevantes.
Preços e mercado internacional
- Os preços internacionais do milho caíram na Bolsa de Chicago, pressionados pela boa safra norte-americana e pela grande oferta global.
- O USDA prevê uma produção mundial de 1,2 bilhão de toneladas em 2025/26, mantendo a tendência de superávit e estoques confortáveis.
Mercado brasileiro
- No Brasil, os preços internos continuam pressionados pela forte oferta, e a competitividade do milho importado é baixa, com margens negativas.
- A produção estimada para 2024/25 é elevada, o que mantém os estoques em alta e limita reações dos preços internos.
- As exportações brasileiras de milho ainda enfrentam forte concorrência com os EUA e Ucrânia, mesmo com o real em patamar atrativo.
Perspectivas e desafios
- A decisão sobre o tamanho da área de milho verão em 2025/26 dependerá fortemente das chuvas de setembro e outubro.
- Os produtores seguem cautelosos, uma vez que o milho compete com culturas como a soja em áreas de primeira safra.
Conclusão
O Brasil encerra o ciclo 2024/25 com força total no setor de soja, liderando globalmente em produção, exportação e competitividade. Já o milho enfrenta um cenário mais desafiador, com pressão de oferta e margens mais apertadas, exigindo cautela dos produtores na tomada de decisões para a próxima temporada. A atenção agora se volta ao clima da primavera e às estratégias de comercialização da nova safra. Fonte e dados da Datagro.