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Soja 2025/2026 entra em um novo ciclo de crescimento

POR Roberta Marchioti, 16 DEZ, 2025
16 DEZ

O campo brasileiro segue aquecido e pronto para mais um ciclo histórico. Depois de meses marcados por chuvas irregulares e incertezas climáticas, o clima finalmente voltou a colaborar, impulsionando o avanço do plantio da soja em todo o país. Até meados de outubro, cerca de 25% da área total já estava semeada, ritmo superior ao da safra anterior e acima da média histórica. As previsões reforçam o otimismo: chuvas acima da média devem favorecer Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, enquanto o Sul segue em alerta por causa do fenômeno La Niña, que, embora de curta duração, ainda influencia o regime de chuvas.

Mesmo com o avanço consistente no campo, o setor enfrenta novos desafios. Os custos de produção voltaram a subir em 2025, principalmente no Centro-Oeste e no Paraná, revertendo a tendência de queda dos dois últimos anos. Apesar disso, as margens de lucro permanecem positivas, sustentadas por prêmios atrativos, exportações aquecidas e uma forte demanda interna impulsionada pela indústria de biocombustíveis.

A projeção para esta temporada é otimista: o Brasil deve alcançar uma nova safra recorde de soja, com expansão de área em quase todos os estados e produtividade em alta. As exportações também devem crescer, podendo atingir 118 milhões de toneladas — um salto de 5% em relação à safra anterior. Esse desempenho é impulsionado pela ampla oferta de grãos, pela boa competitividade no mercado global e pela sólida demanda chinesa. Além disso, os estoques finais devem subir 44%, garantindo segurança de abastecimento e fortalecendo o mercado interno.

Outro ponto de destaque é o avanço da produção de biodiesel, que ganhou força após a implantação do mandato B15, em vigor desde agosto. A medida elevou a mistura de biodiesel no diesel comum e fez disparar o esmagamento de soja no país. Desde então, o Brasil vem registrando recordes mensais de produção, confirmando o papel estratégico da oleaginosa na matriz energética e na economia nacional.

No mercado internacional, a recomposição da área plantada nos Estados Unidos e os estoques globais elevados devem manter os preços da soja sob pressão. Ainda assim, a demanda mundial segue firme, especialmente por parte da China e da União Europeia. A valorização do real frente ao dólar pode reduzir a competitividade das exportações, mas o cenário geral segue positivo, com prêmios acima da média e fundamentos sólidos sustentando o mercado.

Em resumo, o agronegócio brasileiro entra em 2026 com boas perspectivas: margens positivas, exportações recordes e condições climáticas favoráveis. Mesmo com custos em alta e volatilidade cambial, o país continua consolidando sua posição de potência agrícola global. Dados extraídos do Portal DATAGRO.